Centro Cultural de Belém
Ciclo O Sagrado na Música Ocidental
Com Rui Vieira Nery
Datas: 19.26 setembro de 2015
Horário 17h00 às 18h00
Datas: 3.10.17 outubro de 2015
Horário: 17h00 às 18h00
PREÇOS
Preços
Ciclo 5 sessões 20€
Por sessão 5€ (sem desconto)
Descontos
30% Cartão Individual, Jovem e Sénior
20% Cartão Família
25% para menores de 25 anos e maiores de 65
Apresentação
Desde os alvores da liturgia cristã que a Música, seguindo uma tradição herdada, quer da Antiguidade Clássica quer do Judaísmo, desempenhou um papel essencial no culto. O peso determinante da Igreja na vida cultural europeia, que se pode mesmo considerar quase exclusivo até ao fim da Idade Média, faz com que o repertório sacro vá constituindo ao longo dos séculos o núcleo duro da criação musical erudita, desde o estabelecimento dos vários ritos músico-litúrgicos em cantochão ao nascimento e consolidação da polifonia. Mesmo a emergência crescente de um repertório profano a partir do Renascimento não põe em causa esse predomínio, sendo raros os compositores de relevo que até ao Romantismo não dedicam uma grande parte da sua actividade à Música Sacra, seja esta de tradição católica ou associada às várias confissões protestantes, tanto na Europa como nas Américas. O processo de laicização e o divórcio tendencial gerado por este entre as elites artísticas ocidentais e o patrocínio da Igreja, que tem lugar a partir das rupturas revolucionárias do século XIX , reduz acentuadamente o peso dos géneros sacros no repertório erudito, e faz com que as temáticas religiosas surjam, inclusive, preferencialmente em obras destinadas à sala de concertos e já não ao culto, sob a forma, muitas vezes, de missas e oratórias não-litúrgicas. Mas neste último âmbito encontramos muitas das obras-primas mais representativas do Romantismo e do Modernismo, e a eclosão da Pós-Modernidade, já nas décadas finais do século XX, contribuirá para encorajar, de algum modo, o reavivar de uma ligação dos compositores contemporâneos à dimensão do sagrado, mesmo que encarado, muitas vezes, numa óptica não-confessional. Estas cinco sessões propõem, assim, um percurso comentado por algumas das obras-primas da Música Sacra ocidental do último milénio, procurando perspectivá-las no contexto histórico-cultural de cada época como manifestações de uma constante necessidade, ainda que sempre reformulada, da relação com o divino como vertente incontornável da própria condição humana.
Rui Vieira Nery